Depois de Tam e Lan, que formarão a Latam, mais uma aliança envolvendo uma aérea nacional foi anunciada. A Gol e a Delta Air Lines assinaram um acordo vinculante (“binding agreement”) que tem por finalidade a aquisição pela companhia norte-americana de uma participação acionária minoritária estratégica de US$ 100 milhões no capital preferencial da Gol.
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Jr., e o CEO da Delta, Richard Anderson, falam com a imprensa daqui a pouco, no Sheraton WTC, em São Paulo.
A Delta Air lines investirá esses US$100 milhões em troca de ADSs (American Depositary Shares) lastreados em ações preferenciais da Gol por meio de uma emissão de ações preferenciais com preço médio de R$ 22 por ação. O aumento de capital será de aproximadamente R$ 280 milhões, incluindo o direito de subscrição dos demais acionistas da companhia. O Conselho de Administração da Gol se reunirá em 21 dezembro de 2011 para deliberar sobre o referido aumento de capital.
Segundo o site Uol “as ações da Gol encerraram na terça-feira cotadas a R$ 14,96. Com isso, o ágio que está sendo pago pela Delta é de 47%.”
Um representante da Delta fará parte do Conselho de Administração da Gol, desde que, entre outras condições, ele mantenha uma posição de pelo menos 50% das ADSs aquiridas no investimento da Gol. A Delta concordou em não alienar, por um período de 12 meses, os ADSs que serão adquiridos (lockup) e em não adquirir, sem o consentimento da Gol, mais ações (inclusive ADSs) da companhia (standstill).
A lei brasileira limita a quantidade máxima de ações preferenciais que podem ser emitidas pela Gol em 50% do capital social total. Em função disso, o investimento da Delta será estruturado da seguinte forma:
. O acionista controlador da Gol venderá à Delta ADSs representativos de ações preferenciais de emissão da Gol, mediante pagamento, pela Delta, de US$ 100 milhões, com o compromisso do acionista controlador de reinvestir tal valor em aumento de capital a ser aprovado simultaneamente pela Gol; e
. O valor do aumento de capital será um valor de aproximadamente R$ 280 milhões, representando um preço de emissão de R$ 22 por ação, de forma que a parcela do aumento de capital a ser subscrita pelo acionista controlador da Gol (em razão do exercício de seu direito de preferência) seja um valor em reais equivalente a US$ 100 milhões, descontados as taxas e os impostos incorridos pelo acionista controlador para a transferência das ADSs para a Delta. O acionista controlador da Gol usará integralmente os recursos obtidos com a venda das ADSs a Delta para subscrever ações da companhia emitidas no aumento de capital. O acionista controlador da Gol, segundo a transação, não auferirá qualquer benefício econômico em função da transação.
No contexto do investimento, a Gol e a Delta firmaram acordo comercial de longo prazo com termos de exclusividade para o fortalecimento das sinergias operacionais entre as companhias, principalmente no que se refere a:
– incremento no escopo do acordo de code-share (compartilhamento de voos), sujeito às aprovações pertinentes, permitindo à Delta colocar seu código em mais voos Gol no Brasil, Caribe e América do Sul, e à Gol colocar seu código em serviços Delta entre Brasil e Estados Unidos,e a partir dos Estados Unidos para outros destinos, ampliando opções de voos para clientes de ambas empresas e expandindo seu alcance;
– otimização na conexão dos voos, a fim de aumentar a atratividade dos serviços conjuntos das empresas, facilitando conexões e a movimentação de cargas e passageiros entre os cerca de 400 destinos em mais de 70 países servidos por Delta e Gol;
– mais comodidade para os clientes, alinhando serviços e benefícios a clientes dos programas de milhagem Smiles e Sky Miles;
– ações comerciais e promocionais conjuntas, incentivando que as forças de vendas cooperem mutuamente no Brasil, Estados Unidos e, eventualmente, em outros países;
– exploração de sinergias em serviços de atendimento, manutenção, salas vip e apoio logístico;
– transferência dos contratos de arrendamento de duas aeronaves modelo B767 remanescentes da frota da Gol e suas peças sobressalentes para a Delta.
A operação não prevê a adesão da Gol à Skyteam e está alinhada com o objetivo da companhia de buscar parcerias estratégicas de longo prazo e fortalecer sua estrutura de capital, com foco na geração de valor para seus acionistas.
A Delta e a Gol também negociam a operação de voos para os Estados Unidos, em arrendamento de aeronave da Delta, com a concessão de voos da Gol. Miami é um dos destinos estudados.
Fonte: Panrotas