Por revista Hebraica
O documentarista Márcio Pitliuk vai autografar este mês o livro Marcos Arbaitman nada resiste ao trabalho (foto), a biografia do ex-presidente da Hebraica por três vezes e empresário, dono da Maringá, uma das maiores agências de turismo de São Paulo.
Mário entrevistou-o durante meses, juntou documentos, pesquisou números antigos da revista Hebraica, conversou com amigos de Arbaitman e, a partir deste material, montou um painel que é, de certa forma, retrato da comunidade judaica de São Paulo nos últimos setenta anos. Vai desde quando Arbaitman jogava bola de meia nas ruas do Bom Retiro com amigos de infância, como Abram Szajman e Luiz Mester, entre outros e, aos domingos, a partir das 6h30, se encontravam para jogar futebol no campo do clube Macabi, na rua da Coroa, onde hoje é o Terminal Rodoviário do Tietê, a Marginal não existia e o rio quase lambia os limites da área do Macabi. Numa das brincadeiras, fraturou a perna e de jogador virou técnico, mas foi uma temporada efêmera. Tornou-se cartola.
Os donos do clube, Samuel Back, que tinha fábrica de capas de chuva, e David Kopenhagen, de chocolate, decidiram que o Brasil enviaria uma delegação aos Jogos Macabeus, em Israel. Para tanto, teriam de vender passagens aéreas de modo que, a cada dez correspondia um atleta. Marcos vendeu oitenta, isto é, oito atletas, ganhou uma de cortesia, e mais o bilhete para virar dono de uma pequena agência de turismo, a Maringá, com o incentivo de Kopenhagen e de um diretor da Varig, Hélio Smidt, da qual viria a ser presidente.
Casou-se com Bete, irmã de Sérgio Epstein, amigo de infância, cujo pai, Manoel, o incentivou a ficar sócio da Hebraica. Compra um título, torna-se diretor de Esportes e presidente por três mandatos não consecutivos. Nas suas gestões construiu o estacionamento, os dois teatros, o edifício onde funciona a escola Alef, criou o Hebraikeinu, festivais de música erudita e o Carmel, foi eleito o primeiro presidente mundial não europeu nem americano do Macabi e conseguiu uma verdadeira proeza: os judeus da antiga União Soviética participaram da Macabíada Mundial em Israel. De fato, vale uma biografia cujo título leva a palavra trabalho, isto é, arbaitman. Trabalhador.