Igreja do Santo Sepulcro provoca forte comoção em turistas e fiéis

É só o grupo entrar na igreja do Santo Sepulcro, construída exatamente no local onde, segundo a tradição cristã, Jesus teria sido crucificado e enterrado (e onde teria ressuscitado no terceiro dia), e o guia avisa: “Estamos em um local famoso por deflagrar surtos da chamada ‘Síndrome de Jerusalém’. Pensamentos religiosos obsessivos, sensações de iluminação religiosa, tonturas e vertigens descrevem o comportamento dos afetados”. Prepare-se.

Segundo a tradição, Jesus foi crucificado em um lugar aberto, sobre o monte Gólgota. Quando morreu, o céu se fechou e uma tempestade se abateu sobre a terra.

Pois esse lugar de tortura e morte transformou-se em igreja no século 4º (seria destruída no século 7º, de novo reconstruída, de novo destruída no século 11 e de novo reerguida no século 12).

Resultou num conjunto arquitetônico surpreendente, encravado nas pedras brancas de uma Jerusalém que cresceu para aqueles lados ermos nos tempos bíblicos.

Sobe-se lentamente a escadaria estreita que leva até o alto do Gólgota –os degraus de arenito já foram tão pisados que ficaram côncavos. Logo se vê, na sala enegrecida pelo fumo das velas, com atmosfera carregada de incenso, a cena estampada na parede: Jesus sendo pregado na cruz. Foi ali. Uma francesa soluça.

Meia dúzia de passos mais e chega-se ao altar da crucificação, encimado por figuras de Jesus e dos dois ladrões mortos naquele dia. “E aqui, sob este vidro, vê-se o próprio monte Gólgota, onde os romanos realizavam as crucificações de judeus.” A turma de ortodoxas russas joga-se aos pés da cruz e beija o chão entre lágrimas.

Baixado da cruz, o corpo de Jesus foi enterrado ali mesmo –um lance de escadas abaixo e poucos metros adiante. É um túmulo, tem tamanho de túmulo. Está vazio porque houve a ressurreição, dizem os cristãos.

O sacerdote grego-ortodoxo organiza a fila, permitindo a entrada de, no máximo, quatro pessoas por vez. Se quiser ficar lá, tem de ser ajoelhado. Se não por fé, porque é apertado mesmo.

O jornalista judeu ajoelha. A menina iugoslava beija, beija e beija o túmulo, até ser acordada do transe pelo sacerdote grego. A fila precisa andar.

Fonte: Folha de São Paulo – Turismo

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